SignWriting no Brasil

Atualizado em 03/10/2022

No Brasil, as pesquisas envolvendo o SignWriting começaram a ser desenvolvidas em 1996, na Faculdade de Informática da Pontifícia Universidade Católica no Rio Grande do Sul (FACIN/PUC-RS), a partir do surgimento do Grupo de Pesquisa em Informática Aplicada à Educação de Surdos (GIES), coordenado pelo professor Dr. Antônio Carlos da Rocha Costa juntamente com a professora Dra. Márcia de Borba Campos e Dra. Marianne Rossi Stumpf, professora surda, que defendeu sua tese de doutorado em 2005, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sobre esse sistema.

Segundo Stumpf, o SignWriting trouxe maior visibilidade às comunidades surdas brasileiras a partir de 2006, com o início do primeiro curso de Letras Libras no Brasil oferecido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ocasião em que os acadêmicos começaram a aprender a escrever os sinais e compreender a importância da escrita de sinais junto ao ensino da Libras. 

Ao longo dos anos, várias pesquisas científicas vêm sendo elaboradas, no sentido de divulgar a importância do SignWriting para a comunidade surda brasileira. Uma delas, a pioneira no Brasil é de autoria de Stumpf que, em 2005, apresentou uma proposta pedagógica para o ensino da escrita de sinais e letramento para crianças surdas falantes de Libras e de Língua de Sinais Francesa (LSF).

Nos experimentos, a pesquisadora mostrou às crianças surdas, seus pais e professores a possibilidade de escrever línguas de sinais com o SignWriting, tanto no papel quanto na tela do computador, com o programa SignWriter. Os resultados mostraram que as crianças evoluíram a escrita de forma espontânea, sem a sugestão de palavras pela pesquisadora, tornando as produções mais sofisticadas. 

Para conhecer outras pesquisas científicas, clique nos links abaixo:

É e deve ser um trabalho interminável, pois a escrita de língua de sinais só permanecerá viva se os usuários dessa escrita continuarem a produzir textos e ler outros textos em SignWriting. Desse modo, ainda que em pequena escala, encontramos em nosso país, trabalhos de tradução em SignWriting, envolvendo textos acadêmicos e literários, constatando-se diversos tipos de registros, tanto em tradução em Libras escrita como na modalidade de Libras sinalizada (em vídeo). É possível encontrarmos também textos registrados em papel ou digitais, como histórias em quadrinhos, cartuns, hino nacional, placas, textos religiosos, entre outros.

Referência bibliográfica

BÓZOLI, D. M. F. Educação bilíngue de surdos: o uso da escrita de sinais SignWriting na aprendizagem do português como segunda língua. Tese (Doutorado em Linguística). Florianópolis: UFSC, 2021.

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